Combater ao racismo é tão difícil,
quanto o combate a corrupção política no Brasil. A vigilância tem que ser
permanente com atitudes que demonstrem sua insatisfação com tais praticas.
Passei na Banca de Revista
Imperador do meu amigo Roberto - como faço todos os dias - e vi a nova publicação da Editora Abril Cultural
denominada ALFA. “Se você é o cara, esta é a sua revista”, diz o cartaz de
lançamento que estampava a capa com Galvão Bueno. Mesmo assim comprei! Li,
reli, não me vi e mandei um protesto para o e-mail do Diretor de Redação Kiko
Nogueira.
Publico aqui minhas loas e
a resposta curta e quase gentil do Sr Kiko.
Senhor
Diretor,
Vendo
a propaganda da nova revista ALFA que sugere ser a publicação pra quem ’é o
cara’, parei pra ver mesmo tendo o ‘cala boca Galvão’ na capa. Como me acho o
tal, resolvi bancar um exemplar pra ver se é realmente o que estava faltando
nas revistas de papel. É tal vez seja. É Boa, bonita, vende bons produtos e tem
linguagem do homem brasileiro moderno. Brasileiro? Quase! Faltou a presença -
mesmo que figurativa - do homem negro brasileiro.
Sem
querer fazer palanque racial. Existem varias publicações similares nos Estados
Unidos e Europa e o tratamento editorial não vacila nas questões da igualdade
de etnias, raças, crença, presença em assuntos pertinentes e principalmente a
participação de modelos negros, justamente para que o homem negro se sinta
integrado á sociedade em foco. Este público tem que ser visto, pois consome e
tem forte influencia no desenvolvimento da sociedade brasileira que alardeia
direitos iguais nos quatros cantos do mundo e comente erros graves, como se
fossem pequenos deslizes. Esquecimento? Má vontade? Racismo? Claro que não?
As
agências publicitárias não se preocupam que também gostamos de ternos bem
cortados e sapatos de grifes. O homem negro é inteligente, gosta de boa vida,
elegância e atitude como destaca em capa, a revista. Não se dão contam da
exclusão, ás vezes inconsciente. È cultural. Falta alguém pra dá um toque. É o
que tento fazer neste momento.
Todos
têm responsabilidades para que os tempos mudem por aqui também. Sem querer
ofender, não se poderia esperar muita coisa de uma redação 100% branca, como se
vê na foto. Só os negros sentem na pele, quando estão faltando nas novas
idéias.
Parabéns
á Calvin Klein por publicar excelente peça na pagina 23, colada ao Expediente
Editorial. Talvez sirva para que todos da editoria de ALFA possam refletir
sobre como tornar a publicação, também um pouco politicamente correta no Brasil
das desigualdades, inclusive político-socio-racial.
Talvez
quando esta estiver sob leitura, a edição de outubro já esteja nas bancas e
nada tenha mudado ou não mude nunca. Fiz a minha parte, provocando o papo.
Aguardarei a edição de novembro e aí sim, continuarei ou não, pedindo ao
jornaleiro que guarde minha revista ALFA para que
eu
possa seguir pensando que também sou o cara.
Resposta da Revista ALFA
Olá,
Toni. Tudo bem?
Muito
obrigado pelo toque.
A
questão do racismo é delicada. Temos dois negros na equipe do site.
Isso
não significa, necessariamente, que somos mais ou menos tolerantes.
O que
posso te garantir: se eu já tinha essa preocupação, agora terei mais ainda.
A ALFA
é a favor dos negros.
Abraço.
Kiko
Nogueira
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